sexta-feira, 15 de outubro de 2010


Diferente
          Eu pensei que fosse fácil ser diferente. Eu via diversas pessoas por onde andava.  Pessoas que se diferenciavam por seus modos de vestir, de falar, por seus modos de se comportar em determinadas situações; muitas vezes eu percebia que algumas dessas pessoas se excluíam de seus grupos sociais, na escola, no trabalho, na rua onde moravam; eram pessoas que apesar do excelente semblante mostravam-se solitárias e insatisfeitas com suas vidas. Mesmo assim, era interessante notar a “diferença” que elas faziam.
          Quando eu aceitei a Cristo eu pensava que ser como aquelas pessoas era fácil, que fazer a diferença que elas faziam era algo simples. E realmente foi! Aos poucos eu fui me acostumando com os novos modos de me vestir, aos poucos eu fui deixando todas as minhas amizades e de repente eu me tornei uma pessoa solitária e sem muita animação para a vida. Só quando eu me vi assim foi que percebi que a diferença que deveria ser feita não era simplesmente aquela física.
          Eu percebi que tinha algo muito maior há ser feito e que ninguém tinha visto isso. Entendi que ao mesmo tempo em que me tornei diferente mim excluindo dos meus amigos, eu estava sendo também indiferente não falando do amor de Deus para eles, o que deveria ser minha maior preocupação. Eu passei a os ignorar por seus hábitos e seus modos de falar, o bem que eu queria as pessoas foi aos poucos saindo de minha vida, eu passei a pensar somente em mim, em minha salvação, pouco importando o que os outros poderiam enxergar através de mim.

          Quando vi minha vida centrada no “eu” foi que notei que minha diferença não interessava a mim, mais deveria interessar ao outro, afinal, ser diferente para mim mesmo não seria nada de mais. Lembrei de um dos mandamentos de Jesus que diz: “amarás ao próximo como a ti mesmo”, e fiquei pensando o quanto isso seria diferente para mim. Amar aquele que me aborrece deve ser bem mais difícil que amar aquele que me ama. Mas, essa era a grande diferença que mudaria minha vida. Lembrei que Jesus amava a todos ao ponto de abraçar os leprosos e os curar, sem medo nenhum, pois seu amor sarava todas as feridas e esse era seu maior diferencial, Ele simplesmente amava a todos.
          Quando compreendi isso logo vi que ser diferente não era nada fácil. Reconheci que ser diferente é ser cristão ao ponto de com minha vida levar o outro a tomar decisões eternas. Ser diferente é ser muitas vezes criticado, não simplesmente pelas roupas ou por outras coisas, mais por ajudar ao próximo não importando as circunstancias. Hoje sei que ser diferente é não se conformar com esse mundo tão tragado pelo pecado, mas lutar contra as concupiscências da carne em busca de uma só recompensa que já está guarda junto a Deus.
          Sim, eu pude concluir que fazer a verdadeira diferença não é fácil, mas também não é impossível. Temos nossas vidas como prova disso. Como prova do amor daquele que fez diferença dando sua própria vida por amor. E é esse diferencial que quero para minha vida, seu amor, para que a cada dia mais eu possa fazer a diferença n’Ele e por Ele e para que sem nenhuma hipocrisia eu possa declarar que eu faço a diferença!
                                                             
                                                               Texto de: Alice Oliveira.